segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O ajuste realmente tem que prejudicar os mais pobres?



Em tempos de ajustes como o vivido atualmente no Brasil são adotadas medidas de corte de gastos sociais e aumento de impostos, medidas que afetam diretamente aqueles que mais sofrem no Brasil, a classe trabalhadora em especial os mais pobres.

Haveria alguma forma de fazer um ajuste fiscal sem atingir os mais pobres?

Sim, e mais, deveríamos aproveitar o momento para fazer uma real e profunda reforma tributária no Brasil.

Ao longo dos anos a grande imprensa brasileira tem colocado na cabeça das pessoas de que a carga tributária no Brasil é muito alta, e que deveria ser reduzida para diminuir o “custo Brasil”.

A carga tributária brasileira de fato não é tão alta assim como a imprensa diz, o problema é quem paga a maior parte dos impostos, e pra onde vai esse imposto.

O sistema tributário brasileiro é considerado tecnicamente regressivo, isso significa que quanto maior a renda, menor é a incidência dos impostos, recentemente o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA/2011) constatou que a carga tributária sobre as pessoas que ganham até 02 salários mínimos comprometem 48,2% da renda, já sobre os que recebem mais de 30 salários mínimos é de apenas 26,3%, isso acontece porque a maioria dos nossos impostos são indiretos (sobre consumo) fazendo com que quem receba menos e destine toda a sua renda para o consumo acabe pagando mais impostos.

Deveríamos aproveitar o momento de ajustes e mudar a matriz tributária brasileira para tornar nosso sistema tributário mais justo e fazendo com que aqueles que tem mais dinheiro arque com a maior parte dos impostos.

Outro problema escondido pela mídia é a questão da dívida pública brasileira, 45% de todos os impostos federais vão para pagar juros e amortização da dívida, ou seja, de cada R$ 1 000,00 de impostos, R$450,00 vão para a dívida enquanto R$ 40,00 vão para a educação e outros R$ 40,00 para a saúde além de R$ 0,02 para o bolsa família.

Essa dívida foi formada principalmente durante a ditadura militar e muitos defendem que ela é ilegal e deveria ser auditada como está previsto no artigo 26 da Constituição federal de 1988.

Para encerrar vale lembrar a frase do professor australiano John Quiggin “Desde que existem ricos e pobres ou poderosos e vulneráveis, existem pregadores para explicar que é melhor pra todo mundo que as coisas permaneçam como estão”

Por João Pedro Sansão

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