sábado, 17 de janeiro de 2015

O caso do brasileiro executado na Indonésia e a pena de morte no Brasil



Sempre fui contra a pena de morte, pois em lugar algum no mundo ela mostrou-se eficiente, não há nenhuma experiência em que a pena de morte tenha efetivamente reduzido a criminalidade, pelo contrário, o que não faltam são inúmeros exemplos onde a violência só aumenta, mas com esse recente caso do brasileiro que foi executado hoje (17/01/2015) cheguei a uma conclusão, antes eu achava que era contra a pena de morte, hoje tenho certeza que sou contra. E se você é uma dessas pessoas com sangue nos olhos e esta pensando em me xingar, só peço que antes disso leia esse texto até o final.

É importante deixar claro que não pretendo aqui defender a impunidade, acho que o brasileiro cometeu um crime grave, e tem que ser punido por isso, mas não acho o fuzilamento uma punição adequada.

Marco Archer Cardoso Moreira era piloto de voo livre, um dos pioneiros no Brasil, e trabalhava como instrutor de voo no Rio de Janeiro. Em 1999 visitou a Indonésia em busca de novos lugares para a prática do voo livre, e se encantou com as condições de voo e a natureza do lugar, depois, já em 2003 ele volta a Ásia, desta vez em Cingapura, para praticar o esporte Durante um de seus voos ele perde o controle e sofre um grave acidente. Para conseguir ir ao hospital seus amigos fizeram uma vaquinha para pagar o Avião, Marco foi ressuscitado quatro vezes no hospital, depois de muito sofrimento o brasileiro se recuperou e saiu do hospital com uma dívida muito alta.

Desesperando e precisando do dinheiro para pagar as despesas o brasileiro caiu em um velho golpe, que já foi inclusive tratado em novelas e filmes, quando para facilitar a entrada de drogas pelo aeroporto traficantes pagam pessoas comuns para entrarem com uma pequena quantidade de drogas escondidas, e eles mesmos denunciam a pessoa para que então com a policia distraída com o outro passageiro os verdadeiros traficantes possam entrar como uma quantidade muito maior de drogas sem correr o risco de serem pegos.*

Mesmo tendo caído em um golpe, em um momento de fraqueza, repito, ele cometeu um erro e deve ser punido por isso, afinal ele tinha consciência do que estava fazendo, mas acredito profundamente que ele se arrependeu e depois de ficar 11 anos na cadeia e no corredor da morte acho que já é uma pena mais do que suficiente.

Acho que o debate da pena de morte é muito pequeno no Brasil, deveria ser um tema com mais repercussão, e que gerasse mais discussões, é um tema que deveria estar presente em botecos, salões de beleza, rodas de conversas, nas salas de aulas, pois infelizmente o senso comum hoje no Brasil tende a ser a favor da pena de morte, e essa realidade deveria mudar.

Espero que o caso deste brasileiro que teve um cartucho de fuzil descarregado no peito sirva para as pessoas refletirem, e que de agora em diante a pena de morte passe a estar presente nas conversas do dia a dia e que assim esse tipo de punição nunca venha a ser realidade nesse país.

Por João Pedro Sansão

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*Fonte da História de Marco: Jornal das Dez, GloboNews, 15/01/2015.

4 comentários:

  1. Se já era contra a Pena de Morte antes, sou ainda muito mais depois do caso do brasileiro executado na Indonésia.

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  2. A pena de morte ainda é latente sim no Brasil, visto que em caso de "estado de guerra" a pena de morte é fixada como parte da lei. Quanto ao que é feito fora do país acho na minha humilde opinião deveríamos nos deter mais orientando e criando nossas crianças do que discutir o fim de suas vidas.

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  3. Eu já acho o contrário do autor do texto. Sou a favor da pena de morte em alguns casos muito específicos, mas não acho que o que o cara fez foi tão grave assim para justificar a pena de morte.

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  4. pena de morte é desperdício. É muito mais vantajoso para a sociedade fazer com que o criminoso faça trabalhos forçados.

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