sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sistema político brasileiro e a antirreforma de Eduardo Cunha


Que o nosso sistema político representativo não representa o povo, não é novidade pra ninguém. Que o povo clama por uma reforma política também não. Mas que tipo de reforma política queremos para nosso país?

O atual presidente da câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) eleito em uma histórica derrota do governo, tem trazido uma ideia de reforma política que aos desatentos poderá parecer boa, e acalmara os ânimos de quem pede por mudança.

Será um claro equivoco as pautas trazidas na que prefiro referir como contrarreforma política (afinal ela sabota qualquer tentativa de uma real e inclusiva reforma política), há muitos retrocessos que irão na verdade acabar atrapalhando ainda mais a democracia e diminuindo a pequena parcela de parlamentares que realmente representam o povo, e não as empresas que financiaram sua campanha.

O que estão querendo nessa reforma?

Voto facultativo, fim da reeleição, financiamento de campanha privado (inclusive por empresas) e em última análise querem que o Brasil se torne uma república parlamentarista. Com o parlamentarismo tiraríamos do movimento político um pequeno empecilho, um obstáculo dos conservadores, o povo!

Agora o PMDB está vindo com uma ideia que é a do “distritão”, e o que seria o distritão? É o sistema onde são eleitos os deputados federais mais votados, independentemente de partido, sem levar em conta a proporcionalidade partidária que existe hoje e garante que partidos menores que não possuem campanhas milionárias elejam deputados.

Na prática nada mais é do que a eleição do mais rico, do que tem mais grana! Ganha quem botar mais dinheiro na campanha. Independentemente de partido, coeficiente eleitoral, não importa as ideias o que importa é o dinheiro para bancar campanhas milionárias.

Ideias como essas defendidas pelo deputado Eduardo Cunha, que teve uma campanha milionária no Rio de Janeiro, fazem ainda mais sentido quando olhamos por exemplo na questão do financiamento empresarial de campanhas, que está parado no STF, onde corre um projeto de inconstitucionalidade do financiamento empresarial em campanhas políticas, após o ministro Gilmar Mendes pedir vistas do processo (apesar de estar 6 x 1 e não ter como reverta a decisão).

Ao mesmo tempos deputados correm para aprovar uma PEC que que autoriza o financiamento empresarial, e se for aprovada, cada vez mais eleições serão decididas por poucas empresas financiadoras de campanhas.

A reforma política é um tema muito importante, se as ideias do deputado Eduardo Cunha forem aprovadas, o povo estará sendo enganado, pois ao invés de termos um avanço na representatividade política desse país, teremos um retrocesso.

Por João Pedro Sansão

#‎trelassoltas‬
Um blog diferente pra quem pensa diferente!
Curta nossa Fan Page: https://www.facebook.com/trelassoltas
Acesse nosso blog: http://trelassoltas.blogspot.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Esse espaço é livre de censura, fique a vontade!